segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Retardo mental e autismo

Quando o assunto é retardo mental e autismo, é comum que os pais procurem uma avaliação  portando dois sentimentos paradoxais: o medo e o anseio pelo diagnóstico. O anseio lhes proporciona certo alívio, por ter uma resposta clínica. O medo é gerado pelos desafios no lide com aquela criança.
           
O retardo mental caracteriza  pessoas com habilidades mentais abaixo da média, com o início do déficit antes dos 18 anos. O portador tem problemas no estabelecimento da rotina diária, na comunicação, na interação social, nas habilidades motoras, nos cuidados pessoais e na vida acadêmica. Os profissionais dividem o retardo mental em três níveis básicos: leve, moderado e grave.
           
No retardo mental de nível leve, o portador tem atrasos na linguagem, mas consegue se comunicar, conseguindo expressar-se, tem independência nos cuidados pessoais, conseguem estudar, ainda que com algumas limitações, conseguem ter vida independente, muitas vezes casar-se e manter um emprego. No retardo de nível moderado, o portador já apresenta dificuldades na compreensão da linguagem, nos cuidados pessoais, precisam de ajuda por toda a vida e tem limites no âmbito acadêmico.

Os portadores de retardo mental grave apresentam graus maiores de prejuízo motores, intelectuais e funcionais, déficits auditivos e visuais. Precisam de cuidados por toda a vida. A frequência dessas crianças em escolas visa mais o desenvolvimento da socialização e não da alfabetização ou do desenvolvimento acadêmico. Um fator fundamental para o sucesso do tratamento de retardo mental é a identificação precoce. Um tratamento desse tipo, para uma doença que não tem cura, visa à suavização dos sintomas da doença, ou seja, o trato com as conseqüências psicomotoras, o uso de estímulos favoráveis e o treinamento de pais e professores. A escola deve promover a melhor estimulação possível, buscando a melhora da qualidade de vida para todos.

Sugestão de leitura: http://www.indianopolis.com.br/si/site/1124 

O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, com prejuízos na interação social, atraso na aquisição de linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos. É um transtorno mais comum em meninos. Seu diagnóstico é feito quando o portador tem, em média, 2,5 anos de idade. Nesse período, a criança não fala, não interage, evita contato visual, evita a voz humana, evita afeto e não brinca. Com um pouco mais de idade, o portador realiza brincadeiras estereotipadas, cheira e lambe objetos, tem fascinação por luzes, se incomoda com mudanças na rotina, responde a desagrados com agressividade, tem inteligência e linguagem limitadas.

Na escola, essa criança não brinca, não tem interesse, realiza atos repetitivos e apresenta ataques de raiva com mudanças na rotina. O tratamento do autismo, assim como do retardo mental não visa curá-lo, mas minimizar seus efeitos. O tratamento deve ser individualizado com interações conjuntas. Acompanhamento dos pais, terapia comportamental, treino de habilidades sociais, medicações que lidem com as conseqüências da doença. A educação deve ser direcionada para  a  melhoria da interatividade do sujeito.


Sugiro assistir ao documentário Do luto à luta de Evaldo Mocarzel

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