A transversalidade é um método de trabalho que pretende ir além das disciplinas. Para isso, utiliza-se metaforicamente da imagem da rede, tomando-a como exemplo do trabalho com o conhecimento.
A escola manteve durante muito tempo, a idéia do conhecimento como um conteúdo a ser despejado no aluno. Embora não se encontrem profissionais que professem ainda esse tipo de visão do conhecimento, é comum que se utilizem terminologias que transmitam a idéia de medida do processo de ensino-aprendizagem.
Outra postura que se iniciou com Descartes, é a idéia de cadeia, ou seja, do encadeamento de idéias, no qual um conhecimento é ligado a outro de maneira única e regular, trabalhando ponto a ponto, de maneira que a ordenação dessa cadeia não pode ser quebrada.
A rede que se pretende configurar como novo processo não abre mão do conhecimento em cadeia, porque a rede depende desse encadeamento. Entretanto, a rede permite o caminho seja percorrido de inúmeras maneiras, e não que seja visto só por um lado. A quebra no encadeamento não significa reprovação, como significaria no modelo cartesiano, mas significa a busca pela continuação da construção da rede por novos caminhos.
Nesse caso, a escola não só acrescenta conteúdos e visões de mundo, como também os requalifica, de acordo com sua proposta. É importante perceber que o modelo em rede é, na verdade, uma continuação do aprendizado que o indivíduo tem antes da escolarização, quando não aprendia de maneira encadeada, ou disciplinadora, mas de maneira ampla.
O modelo em rede pressupõe um estado de permanente atualização, porque o foco é o conhecimento que nunca acaba, mas cujos caminhos estão sempre se refazendo. Por isso, a visualização desse modelo passa por uma importante visão da história: a história que mostra a mudança de significados, ou melhor ainda, de verdades.
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