Falar de saúde na escola significa falar de nutrição. Nesse assunto, distúrbios alimentares são quesitos que devem ser considerados. Os alunos encontram-se em uma idade de risco para o desenvolvimento dessas patologias. Cabe ao professor saber reconhecer indícios desses distúrbios e orientar alunos e pais.
Os distúrbios alimentares têm causas multifatoriais: fatores psicológicos, biológicos, socioculturais e familiares. A adolescência é uma fase de alta vulnerabilidade destes distúrbios, que podem influenciar negativamente o crescimento. É uma fase de aumento da necessidade protéica e calórica, de vitamina C, de vitamina B12, de ácido fólico, de vitamina A e D.
Para evitar esses distúrbios e essas carências, deve-se tomar como parâmetro a pirâmide alimentar cuja base é a ingesta líquida, seguida da ingestão de carboidratos (65%), tendo acima deles a prioridade no consumo de vegetais e frutas. A ingestão de proteína vem logo em seguida e, na ponta, açúcar, gordura e sal.
Os distúrbios alimentares mais comuns são: anorexia e bulimia nervosas, transtornos alimentares não especificados, anorexia nervosa atípica, bulimia nervosa atípica, transtorno de compulsão alimentar periódica. Os transtornos alimentares têm como sintomas gerais a preocupação excessiva com peso e forma física, avaliação errada da própria imagem corporal, uso de dietas inadequadas, auto-avaliação negativa e descontrole do comportamento alimentar.
Essas doenças são de causas multifatoriais: genéticas, como decorrência de desequilíbrios nos neurotransmissores, desequilíbrios hormonais, de personalidade, alterações psiquiátricas, problemas familiares, condições socioeconômicas e ambientais.
A anorexia nervosa caracteriza-se por um medo mórbido de engordar mesmo estando abaixo do peso, com percepção distorcida de si mesmo. É um distúrbio que envolve a manifestação de um ideal de beleza. A bulimia (termo que significa fome de boi) nervosa caracteriza-se pela compulsão alimentar com freqüência recorrente. Por medo e culpa, a pessoa portadora desse transtorno recorre a métodos compensatórios (vômitos, laxantes, diuréticos).
Desses dois distúrbios, a anorexia começa geralmente a partir dos 12 anos. Já a bulimia começa a dar seus primeiro sinais por volta dos 16 anos. Esses distúrbios têm alto índice de mortalidade, por conta da baixa nutrição muito grave em seus portadores. Esse tipo de distúrbio pede acompanhamento por toda a vida, já que recaídas são comuns. Seu tratamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional.
O outro oposto é a obesidade, que é o armazenamento excessivo de energia sobre a forma de triglicérides. Assim como a anorexia e a bulimia, é uma doença de causas multifatoriais: genéticas, comportamentais e ambientais. Os fatores ambientais são: excesso de comida, baixa perda calórica, alimentação inadequada e sedentarismo. Assim como o distúrbio, o tratamento também deve ocorrer de múltiplas formas: readequação alimentar, hábitos saudáveis e readequação física. Como a criança ou o adolescente aprende a comer em casa, o tratamento envolve toda a família.
Na escola, a ocorrência de casos de distúrbios alimentares atrapalha a aprendizagem da criança ou do adolescente. Por isso, é importante que o professor conheça e saiba identificar os distúrbios, para orientar os alunos, para incentivar e oferecer suporte àquele que precisar de ajuda.
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