segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

TDAH



Um dos transtornos mais comuns verificados na escola é o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade ou TDAH. Trata-se de um transtorno de ordem comportamental e neurobiológica, de causas genéticas e ambientais, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida, causando sofrimento ao seu portador e aos familiares, visto que esses transtornos causam prejuízos acadêmicos e nos relacionamentos interpessoais. Suas maiores características são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade.
           
A desatenção é a dificuldade em ater-se a detalhes. A criança não escuta, distrai-se com estímulos alheios, não tem organização, comete erros por descuido, não segue instruções, não termina tarefas e perde coisas importantes.

A hiperatividade dificulta o envolvimento dessas crianças em atividade silenciosas, elas estão sempre agitadas, movem-se muito, tem dificuldade de ficar sentadas, correm exageradamente e  falam demais.    Com a impulsividade, a criança dá respostas precipitadas, não aguarda sua vez, interrompe conversas alheias e tem dificuldade em manter-se em ordem. É uma criança que muitas vezes  age agressivamente.

O TDAH acomete de 5 a 13% de crianças em idade escolar e pode persistir na vida adulta, sendo mais comum em meninos. Seus tipos são: o TDAH predominantemente desatento, o TDAH predominantemente hiperativo-impulsivo e o TDAH combinado.
           
O TDAH predominante desatento acomete geralmente meninas atrapalhando na escola e nos relacionamentos sociais. São crianças desorganizadas, distraídas, esquecidas, isoladas socialmente e  com baixo nível de habilidade social. Essas crianças costumam relutar em participar de atividades em grupo.

O tipo predominantemente hiperativo-impulsivo caracteriza crianças agressivas, rejeitadas pelos colegas, por conta dessa agressividade, são agitadas, inquietas e impulsivas. O perfil de TDAH combinado é o perfil clássico de TDAH: causa prejuízo global à criança, tanto do ponto de vista acadêmico quanto do ponto de vista social. São crianças que sofrem alta rejeição por parte dos colegas, pois tem dificuldade em fazer planos e de realizá-los, além dos demais sintomas.

É comum que os pais tenham dificuldade em perceber que os filhos são portadores de TDAH, sendo na escola o lugar onde geralmente os primeiros indícios são detectados. Por isso, é importante que os professores estejam atentos aos sintomas, para que possam propor encaminhamentos à profissionais gabaritados para o correto diagnóstico.

Os principais sintomas de TDAH são: alterações nas habilidades lingüísticas, falta de noção de espaço, dificuldade em reconhecer símbolos gráficos, dificuldade de concentração, pouca coordenação motora e dificuldade de terminar tarefas. O diagnóstico médico deve envolver os pais, a criança e a escola, abarcando todos os contextos da vida da criança, para que não sejam feitas precipitações, pois existem casos de TDAH situacional, quando a criança desenvolve sintomas em somente alguns aspectos da vida, situação que exige cuidados específicos.

As causa de TDAH são diversas, abarcando fatores genéticos, biológicos e psicossociais. Suas conseqüências são: baixo rendimento escolar, baixa autoestima, dificuldade de se relacionar, tristeza, depressão, uso e abuso de álcool e drogas (no caso de portadores jovens e adultos). Na vida adulta, não é incomum encontrar portadores inseguros e com baixa habilidade social.

O tratamento deve abordar todos os aspectos da vida do portador, tomando o cuidado de ser específico em cada caso. Medicamentos, psicoterapia, envolvimento da família e da escola são alguns modos de tratamento. Na escola, cabe ao professor atuar no auxílio, envolvendo família, escola e alunos. O professor deve ajudar os alunos portadores de TDAH, procurando desfazer rótulos e melhorar sua autoestima. Planejar aulas e programas (organizar calendários) é uma boa maneira de mostrar formas de organização aos alunos, ajudando-os a se organizar. O professor deve ainda procurar premiar atitudes adequadas, ajudar os alunos no controle da impulsividade e envolver os pais no processo educacional, orientando-os.

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