terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dislexia


Existem várias doenças neurológicas. A dislexia é uma das manifestações específicas de disfunção do cérebro, mas que não chega a ser doença.
A dislexia caracteriza-se por uma dificuldade primária do aprendizado, que sofre alterações quantitativas e qualitativas, podendo ser total ou parcialmente reversíveis. É um transtorno de aprendizagem muito comum em salas de aula, e está relacionado a aproximadamente 15% de toda reprovação escolar. Atinge, em média 3 a 4% de crianças em fase escolar.

Definição: Dislexia é um transtorno específico de leitura, caracterizado pela dificuldade no reconhecimento de letras, na decodificação e na soletração de palavras. Geralmente é identificada no período de aprendizagem do alfabeto, pois é um obstáculo ao sucesso escolar. As dificuldades permanecem até a idade adulta.

Características ou “sintomas”: Dificuldade da associação da letra ao som; troca de letras, leitura lenta e monótona com tropeços, principalmente em palavras longas. A escrita apresenta inversão de letras e erros de concordância.
Um aluno com dislexia apresenta atraso na ‘aquisição’ da linguagem, dificuldade para sua alfabetização, dificuldades para aprender e memorizar os nomes das letras. Geralmente, apresenta trocas de letras na fala, dificuldades para separar sons e palavras e, por consequência, para aprender a ler, a escrever e a soletrar. Apresenta dificuldades para acrescentar palavras novas ao vocabulário, para nomear pessoas e objetos.
Normalmente um disléxico tem muita dificuldade para aprender músicas com rimas. Dificuldades para pronunciar palavras corretamente. Dificuldades para seguir ordens e rotina, o que ultrapassa a vida diária da criança. Dificuldade no manuseio de lápis e de objetos pequenos e dificuldades para copiar o que está escrito (no quadro, por ex.).

Seu nível de leitura é abaixo da média. Dificuldades para compreender enunciados de avaliações e exercícios, textos e para entender conceitos abstratos. Tem dificuldade para memorizar tabuadas e mapas, cores e formas. Tendência para escrita em espelho.

Além desses aspectos linguísticos,  o disléxico apresenta dificuldades psicomotoras, como um certo atraso na estrutura do esquema corporal, ou seja, do conhecimento do próprio corpo, problemas com a lateralidade, que se manifesta em dificuldade pra diferenciar direita e esquerda, e para coordenar atividades motoras exercícios manuais, em brincadeiras e desenhos.

Esse conjunto de diferenças faz com que as crianças disléxicas vivam momentos difíceis em seu convívio na escola. Ela tende a ficar ansiosa e insegura, tende a se desinteressas pelos estudos e a perder a motivação, a curiosidade. Torna-se natural que tenha comportamentos agressivos com os colegas ou dificuldades nas relações sociais. Sofre uma baixa em sua autoestima.

Todo esse quadro gera dificuldades associadas à dislexia: Dificuldades na percepção e na memorização visual, dificuldades para se manter atento a algo, dificuldades no lide com números e atrasos no desenvolvimento da coordenação motora fina e global.

Essas dificuldades associadas são, em geral, conseqüências das questões lingüísticas inerentes à dislexia. Elas podem ou não estar presentes nos disléxicos. Com muita freqüência, o disléxico também apresenta TDAH, que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Em média, 50% dos casos.


Possíveis causas da dislexia:
Existem possibilidades de que a dislexia tenha causa genética.
É possível, também, uma explicação neurológica, pois é sabido que, os disléxicos apresentam disfunções cerebrais em áreas que atuam mais diretamente no processamento da leitura e da escrita, gerando distúrbios de processamento temporal nas funções de percepção, armazenamento, nomeação, recuperação e acesso às informações.
Além disso, apresentam problemas no córtex visual, no giro angular esquerdo, no lobo temporal esquerdo e na área de Wernicke (que é a responsável pela linguagem).

É importante frisar que crianças com dislexia e crianças sem, têm cérebros iguais em tamanho e em distribuição estrutural. O que diferencia é a presença de falhas nas conexões cerebrais, gerando um mal funcionamento do lobo temporal.

Não cabe ao professor diagnosticar ou ‘atender’ as crianças com dislexia, mas, identificando o quanto antes ela for identificada, o tratamento tende a ter melhores efeitos. A qualidade e a intensidade de estímulos também interfere diretamente na melhora desse quadro.

Tratamento:
O tratamento deve ser feito por atendimento fonoaudiológico associado à psicoeducação, aulas de reforço individuais e psicoterapia.

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