terça-feira, 12 de outubro de 2010

Introdução às neurociências

Neurociências - refere-se ao estudo do sistema nervoso - pode ser dividida em 5 subgrupos. A saber:

  • Neurociência molecular – fala sobre a importância funcional das moléculas;
  • Neurociência celular – fala sobre a estrutura e a função das células do SN;
  • Neurociência sistêmica – trabalha com os conceitos da neuroanatomia, compreende as regiões do SN
  • Neurociência comportamental – explica as atividades mentais relativas ao comportamento, como o sono, as emoções etc.;
  • Neurociência cognitiva – trabalha com atividades mentais mais complexas, como a memória, a linguagem, a aprendizagem etc.

As neurociências envolvem necessariamente a multidisciplinaridade, pois os limites entre as especialidades não são muito definidos, fazendo com que seja necessário o diálogo entre as múltiplas abordagens.

A história das neurociências transita constantemente na dualidade entre Globalistas x Localizacionistas, e, por outro lado, entre Espiritualistas x Materialistas.

Globalistas – defendem a idéia de que todo o cérebro atua em todas as funções, globalmente, ou seja, não é possível definir uma área do cérebro que seja responsável por uma determinada atividade. Por outro lado, os Localizacionistas defendem exatamente o oposto.
Espiritualistas – falam que algumas capacidades mentais têm lógica própria. Os Materialistas falam que, ao contrário, todas as capacidades mentais são oriundas do SN. A memória e a linguagem são exemplos de atividades cerebrais segundo os Materialistas.
Os Localizacionistas e os Materialistas têm, atualmente, os melhores argumentos para defender seus pontos de vista.
História das Neurociências:

No século XIX, F. J. Gall concebeu a Frenologia – defendia a idéia de que o cérebro poderia ser dividido em 35 ‘setores’ diferentes, sendo cada um, responsável por funções cerebrais como a linguagem, a discriminação de cores até emoções como auto-estima ou esperança. O uso de determinadas funções cerebrais aumentavam suas respectivas regiões cerebrais, de tal forma que, observando a anatomia do cérebro de uma pessoa era possível conhecer seu comportamento e sua personalidade.

Pierre Flourens, por volta de 1825 criou a idéia do Campo Agregado – através da observação de que, animais lesionados em seu cérebro, recuperavam as funções cerebrais depois de algum tempo, deduziu que quaisquer sensações, percepções e demais funções cerebrais refletiam a mesma função cerebral.

J. M. Jackson, retoma, logo em seguida a visão Localizacionista, estudando pessoas com epilepsia concebe a Organização topográfica do cérebro, de onde se conclui que cada área do cérebro era responsável por determinado movimento.

Pouco tempo depois, Paul Broca e Carl Wernicke, estudaram a linguagem. Dificuldades de falar e de compreender a fala. A área de Paul Broca é a área da expressão da linguagem e a de Carl Wernicke, que sedia a compreensão da linguagem.
Havendo uma região responsável por determinada função cerebral, seu desaparecimento causa um fenômeno chamado de Déficit funcional. No entanto, sempre há a possibilidade de reorganização funcional do SN.
E. Hitzig e G. Fritsch realizaram estudos com cães, estimulando seus cérebros em locais específicos, percebiam movimentos característicos. Realizaram análises neuroanatomicas.

Para Korbinian Brodmann, a divisão da córtex cerebral é feita em 52 áreas, considerando as diferentes funções desempenhadas pelas respectivas regiões. Na imagem, vê-se apenas 47 áreas .

Camilo Golgi, criou o método em que o uso de nitrato de prata permite marcar os tecidos nervosos visualizando a estrutura das células nervosas e a natureza única dos neurônios. É o primeiro a abordar a transmissão de impulsos elétricos dos dendritos pra o axônio.

Santiago Ramón y Cajal fala da doutrina neuronal. Descobre que o Sistema neuronal é formado por bilhões de neurônios que se comunicam através das sinapses. Detecta nas células nervosas o corpo celular, os dendritos e o axônio.

Johannes Purkinje descreve o primeiro neurônio. Inventou o estroboscópio, com o qual é possível o estudo microscópico dos tecidos. Descobre as células de Purkinje do cerebelo.

Sigmund Freud, também adepto da Doutrina neuronal, estudando a anatomia microscópica reforça a ideia de que o neurônio é uma unidade distinta do SN.

Hermann Helmholtz cria o aparelho que leva seu nome e que mede a velocidade da condução nervosa de um neurônio a outro.

A compreensão do funcionamento de SN que é formado por regiões distintas, com funções especificas, mas com alto grau de interação, com muitas conexões neurais. Inteiramente interativo.

Para reflexão, fica a questão: o que ocorre quando alguma região ou alguma função neuronal não funciona direito.


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